Não te parece estranho, leitor, que num ambiente onde cachorro é mato, a começar do nome (Canis&Circensis), e igualmente em um ambiente que usa a palavra para seduzir leitores, encantar leitoras, e tentar ganhar (mal) a vida, e vem-se com essa história de que palavra é gato na ausência de palavra ser cão?!
Nós mesmos achamos estranho, então, fique à vontade.
Até onde foi possível entender, parece (veja bem, parece) que a história toda é a que segue. Qual a melhor maneira de o homem fazer frente à realidade das coisas existentes, mortas, enfim, das coisas que se apresentam como se apresentam, das coisas que não se apresentam como deveriam, e de coisas que sequer se apresentam; de sentimentos que não se consegue entender, e mesmo que se entenda, não se sabe o que fazer com isso; de sensações indefinidas, mal definidas ou parecendo uma fantasma em dia de nevoeiro; de realidades que insistem em não fazer um armistício entre elas, cada uma achando-se mais real do que o real, a rainha, príncipes e princesas e toda a corja de desocupados reais e irreais; de percepções que não dizem a que vêm, se é que vêm para alguma coisa; de achismos de toda ordem, e tudo com a concretude de uma fumaça?!
Diante desse quadro, não é razoável pensar na necessidade de alguma coisa que coloque ordem no samba, que coloque no trilho trens; que coloque igualmente ordem no samba na hora do desfile triunfal na avenida?
Qual seria sua aposta, leitor: o homem se daria melhor manipulando a imagem ou a palavra, mesmo que essa não passasse de um gato, não podendo ser um daqueles bons e precisos narizes de cães farejadores? E gato que, por sentir-se rejeitado por não ocupar a primazia da caça como o cachorro, faz do homem gato e sapato?!
Escreva-nos com sua resposta – se quiser desenhar, pode, mas não garantimos que daremos a mesma importância dada à palavra.
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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