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Se tirássemos o homem
e o colocássemos o macaco, os macacos notariam diferença?

Aprendemos todos nas aulas de Biologia que o homem descende do macaco. Não é bem assim, mas … Ouvimos falar também que quem sai aos seus não degenera. Isso não é exatamente ciência. Juntando as duas informações, nossos pesquisadores estavam interessados em entender se entre as duas criaturas eram maiores as semelhanças ou as diferenças, a tal ponto que, se um no lugar do outro, ninguém estranharia a mudança.

Inicialmente, começaram pelas sociedades simiescas peludas. Nossos pesquisadores observaram muitos fatos dignos de nota. Por exemplo: o notável nível de cooperação; a incrível coesão do grupo; a comovente preocupação com a prole; o espírito de camaradagem. Notaram também que nessas sociedades não havia fome, tampouco injustiça. Sim, há hierarquia e o chefe do bando se beneficia de sua posição, sobretudo em termos de procriação: primeiro ele, depois os outros. Assim, ele procurar garantir que seus genes sejam perpetuados – mas que pai não quer isso? Do lado das meninas, quem não quereria namorar com o chefe? Tudo considerado, as coisas caminham de maneira relativamente harmônica. Claro que nem tudo são flores entre os peludos pelados, mas, de modo geral, as vantagens compensam enormemente as perdas. Diante deste quadro, nossos pesquisadores pensaram que bastaria aos humanos seguir a linha de seus antepassados, fazer uma meia dúzia de adaptações e pronto: estaria garantida uma sociedade relativamente estável. No estudo das sociedades simiescas não-peludas, nossos pesquisadores usaram do mesmo rigor e da mesma isenção científica, procurando evitar desta forma vícios no processo de pesquisa, sobretudo vícios que demonstrassem a preferência por um dos grupos, em detrimento do outro. Bem, não demorou nada, nada para que nossos pesquisadores encontrassem entre os não-peludos comportamentos que eles esperariam encontrar entre animais, mas aqueles animais bem primitivos: desorganização, corrupção, roubalheira, desordem, desrespeito em relação aos velhos; desatenção com os jovens. Tudo o exato oposto do que haviam encontrado entre os simiescos peludos.

Por dever de honestidade intelectual, não restava aos nossos pesquisadores outra alternativa, senão se perguntarem: o que os mais recentes e menos evoluídos simiescos não-peludos aprenderam com seus ancestrais, os simiescos peludos? Se, no lugar dos simiescos peludos colocássemos os simiescos não-peludos, o que restaria daquele mundo de ordem? Muita diferença …

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