Não seremos nós a ensinar a você, leitor, o que foi o Iluminismo. O que escrevemos a seguir é para o descerebrado do seu amigo-traíra (não temos certeza se ele pensa o mesmo de você, tudo é possível). Então, o Iluminismo foi aquele movimento filosófico, baseado na França do século 17, que defendia que o homem poderia perfeitamente se orientar pelas ideias, não pelas crenças; que, de posse da sua capacidade de pensar (ai, ai, ai), seria capaz de entender as coisas da vida e do mundo – porque, até então, explicação para isso tudo vinha de cima (céu, Igreja ou realeza) e restava a todo mundo apenas e tão somente aceitar essas explicações, curvar-se a elas, obedecê-las, sob pena de penar nas mãos e garras da Inquisição – uma oportunidade para quem não pensasse igual a todo mundo que passasse a fazer exatamente isso. E ainda tinha gente que deixava passar essa oportunidade de ouro – gente orgulhosa, que não dava o braço a torcer, achando-se mais realista que o rei (como se fosse possível ser alguma coisa ‘mais’ que o rei).

Como seja, nos contaram essa história, e aí foi razão prá-lá-e-pra-cá, para explicar tudo, sobretudo aquilo que até aquele momento não tinha explicação nenhuma, e por isso mesmo não havi alternativa senão nos conformarmos todos ao que diziam ser a realidade imutável de tudo e todas as coisas. Tudo é tudo mesmo: a criação, a origem da vida, a explicação porque um sujeito era sujeito a crises de epilepsia, outra a crises de desespero e outros a crises de hemorróida. Sem falar em porque o seu amigo-traíra não passa disso mesmo, de um traíra nada-nada amigo; em porque você (não você, leitor, aqui é genérico) é feio que doi e seu nada-nada-amigo-traíra é lindo de deixar a mulherada de queixo caído; ou porque você (não é você, leitor, aqui é genérico) não sai dessa situação nem com reza brava (rezar e razão juntas …sei não!) e para seu nada-nada-amigo-traíra, todo sorrisos para com chefes e superiores, as coisas andam que é uma maravilha, céu (ops) de brigadeiro, vento em popa.

Nossos pesquisadores estão nesse momento tentando entender como o avanço racional veio dar em programas de auditório, bolhas em redes sociais e selfies de todo tipo.