Nossos pesquisadores estavam interessados em tentar entender um movimento que ao menos aparentemente caminha para lados contrários. De um lado, há o movimento que vai para frente; de outro, o movimento que caminha para trás. O primeiro recebe geralmente o nome de evolução e é entendido de uma maneira digamos positiva. Desse ponto de vista, o que há hoje seria o que houve ontem, mas melhorado. Como o que houve ontem faz muito tempo, hoje estaríamos muito melhor do que estávamos lá atrás. Uma primeira dúvida assaltou nossos pesquisadores: mas essa ideia seria válida para todos os campos da existência humana na Terra? Somos hoje melhores seres humanos do que éramos ontem? Mais civilizados? Mais dignos? Mais generosos? Mais respeitosos? Estamos mais integrados com a mãe natureza? Respeitamos os animais como seres dotados de vida, mesmo que sem atividade cognitiva superior (aquela que o homem pensa que tem)? Em duas palavras: mais evoluídos?
O outro ponto de vista é professado por aquelas pessoas que acreditam que a queda de que falam as religiões ainda não atingiu o fundo do poço – continuamos caindo! Assim, estávamos muito melhor no passado do que estamos agora: a política era mais íntegra; o homem, mais humano; as pessoas, mais generosas; a natureza mais exuberante; a educação, melhor; as cidades, mais acolhedoras; os filósofos, mais completos; os escritores, mais talentosos; os artistas, mais cultos. O máximo que essa gente aceita em termos de evolução é a duplinha técnica-tecnologia – afinal, um carro com câmbio automático é melhor do que uma carroça puxado por burros. Em uma palavra: involuídos?
De acordo com a primeira posição, a flecha da evolução estaria nos encaminhando para frente. A segunda posição inverte a direção da flecha: estaríamos dando marcha à ré. Da primeira turma, fariam parte gente religiosa, principalmente aqueles que acreditam que Deus quer para nós só o melhor mas não só essa gente: entre os crédulos da evolução encontram-se todo gênero de panteístas, aquela gente que acredita que tudo está em tudo, que tudo é uma coisa só, sejam essas pessoas cientistas, malucos em geral e quase todo mundo que acredita que piorar é para os outros, ou seja, quase todo mundo. Para onde estamos indo, então? Ou estamos voltando?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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