Nossos pesquisadores têm algumas obsessões intelectuais e cognitivas. O Aforismo de cima é um exemplo.
O pensamento de fundo é uma certa, para não dizer a total incapacidade de o homem entender-se com qualquer coisa que não seja ele próprio, suas ideias e visão de mundo. E a principal incapacidade começa com ele mesmo. Qualquer coisa que não seja ele próprio é visto como alguma excrescência, algo que nem deveria existir, mas, como existe, só existe para encher o saco, colocar mais pedras no caminho, impedir que as coisas evoluam e se desenvolvam.
No tópico acima a ideia é estudar como compatibilizar (tarefa que, como visto acima, é mais difícil para o homem que para um desdentado comer quebra-queixo; mais difícil que nobre dizer obrigado; mais difícil que endinheirado abrir a carteira; mais difícil que patrão conceder aumento; mais difícil que divertir-se assistindo a um programa de auditório; mais difícil que um usuário de redes sociais romper a bolha em que se encontra, aliás, várias bolhas) crescimento econômico com respeito ambiental ou ecológic, e porque motivos eles têm que ser necessariamente incompatíveis e mesmo antagônicos, verdadeiros inimigos mortais.
Confessamos a você, leitor, que a ideia desse estudo nasceu de um de nossos pesquisadores que lembrou a história do avô, imigrante, que quando chegou por essas terras brasilianas foi parar em um lugar onde não tinha nada. Ele teve que construir tudo do zero. E adivinhem qual a frase que ele gostava de citar para os amigos, filhos e netos: ‘Quando eu cheguei aqui, era tudo mato’. Hoje, no lugar do mato, tem asfalto, tem casa, tem cimento, tem estrada, tem construção, mais cimento, mais casas, mais contrução. Só não tem mato, nem ar respirável, nem espaço de circulação, nem comida saudável, que o avô do nosso colega pesquisador manda comprar nada barato no supermercado que também ocupa o lugar onde antes tudo era mato.
Ganhamos mais ou perdemos mais com esse progresso todo?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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