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Não serão as armas que farão
o que a consciência não foi capaz de fazer

Pela redação do Aforismo, você, nosso fiel leitor Canis&Circensis, já deve estar imaginando que, por conta dele, seríamos brindados com a já tradicional chuva de ovos e tomate podre, atirado pelos medíocres de plantão. Acertou.

Por trás dessa incapacidade e lerdeza habitual para enfrentar raciocínios mais exigentes, está o velho, bom e insuperável sentimento de grandeza reduzido à pequenez que as armas representam. Na verdade, esse pessoal é altamente contraditório, para dizer o mínimo. Para começar, para eles, quem manda e comanda tudo é, ou seria, a consciência, que eles pensam e julgam ter, e em alta conta e medida. Essa é a dona da bola. Mas, sabe como é, nem sempre (quase nunca, na verdade) as coisas saem como a consciência “diz” como deveriam sair. Então, quem se orgulhou não só de ter consciência, mas como de tê-la em alta conta, já quebrou a cara. Mas, nada que demova os arautos inconscientes da consciência de sua posição de orgulho inquebrantável.

Mas, ainda e sempre segundo eles-os-conscientes, se a consciência não funcionou, isso não significa dizer que as coisas não devam funcionar. E, se não funcionam pela consciência, que funcionem como for. E, para isso, nada melhor do que recorrer a uma solução de força, e que resolva as coisas de forma rápida e precisa. Nada de lero-lero, nada de conversa mole. É pá-pum! É pela via rápida.

Mas, olha só: eles querem que seja resolvido pela via rápida aquilo que deveria ter sido resolvido pela vida normal da consciência, que, em comparação à rapidez de uma arma, mais parece um bicho-preguiça com a cabeça cheia de remédio contra ansiedade. Então, são dois problemas em um: a consciência não funcionou e as armas vão funcionar. Dois erros em um só raciocínio.

Mas, pensando bem (ou seja, fazendo o que eles não fizeram, e sequer parecem ser capazes de fazer), do que mais seriam capazes esses incapazes?

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